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População em Vulnerabilidade Urbana

Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que Pernambuco possui mais de 1 milhão de habitantes residindo em áreas de urbanização precária. O estado se destaca como o terceiro no país com a maior incidência de favelas e comunidades urbanas, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, Pernambuco contabiliza 849 dessas áreas, abrigando 474.809 domicílios distribuídos por sua Região Metropolitana e Sertão. Esse contingente populacional em condições de vulnerabilidade representa cerca de 12% da população total do estado.

Infraestrutura Mínima Inexistente

A pesquisa do IBGE evidencia a grave carência de infraestrutura urbana básica nesses territórios. Sete em cada dez moradores vivem em ruas sem qualquer arborização, um índice ainda mais alarmante no Recife, onde apenas um quarto da população dessas comunidades reside em vias arborizadas. A falta de saneamento básico é outro ponto crítico: mais de 60% das favelas pernambucanas não dispõem de bueiros ou bocas de lobo, o que agrava os riscos de alagamentos, enchentes e problemas de saúde pública.

Mobilidade e Acesso Comprometidos

Os dados do levantamento também apontam para a precariedade em termos de mobilidade e acesso a serviços essenciais. Em 99% das áreas estudadas, não existem rotas sinalizadas para ciclistas. A pavimentação é inexistente em 34% desses locais, e seis em cada dez favelas não oferecem calçadas adequadas para os moradores. No que diz respeito ao transporte público, 95% dos domicílios não possuem pontos de ônibus ou vans em suas proximidades, dificultando o deslocamento diário da população.

Insegurança Jurídica e Riscos Ambientais

O IBGE define esses territórios como locais caracterizados pela predominância de domicílios com alta insegurança jurídica, oferta incompleta de serviços públicos e exposição a riscos ambientais. A ausência de políticas habitacionais e de urbanização consistentes contribui para a perpetuação desse padrão de precariedade, impedindo a plena integração dessas comunidades ao tecido urbano das cidades pernambucanas e comprometendo a qualidade de vida de seus habitantes.

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