Dor e acolhimento no velório de família vitimada por incêndio criminoso
A dor estampada no rosto da avó das quatro crianças mortas em um incêndio criminoso no último sábado (29) era palpável. No velório, realizado nesta segunda-feira (1º) no Cemitério da Várzea, Zona Oeste do Recife, ela recebeu o amparo de familiares, amigos e moradores da comunidade Icauã. A tragédia levou não apenas seus netos, mas também sua filha, Isabele Gomes de Macedo, que estava grávida de dois meses.
Incêndio criminoso destrói lares e vidas na ocupação Icauã
Sentada em um banco, com a cabeça baixa e as mãos trêmulas, a avó era cercada por um manto de solidariedade. O clima de acolhimento, contudo, não apagava a tensão que pairava sobre a comunidade. O fogo, iniciado criminosamente pelo pai das crianças e companheiro de Isabele, Agnaldo José Alves, consumiu rapidamente os barracos de madeira da ocupação Icauã, pertencente a famílias do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem-Teto (Must). O incêndio devastou 20 casas e ceifou cinco vidas.
Corpo de Bombeiros combateu chamas por mais de quatro horas
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 12h20 e mobilizou oito viaturas com 26 militares para combater as chamas. A ação para controlar o fogo durou mais de quatro horas, mas a destruição já era imensa. A comunidade, marcada pela luta por moradia, agora lida com a perda irreparável de entes queridos em um ato de violência brutal.
Investigação aponta companheiro como autor do crime
Segundo relatos de vizinhos, o incêndio foi provocado pelo companheiro de Isabele, Agnaldo José Alves, que também é pai das crianças. A motivação por trás do ato criminoso ainda está sob investigação, mas a comunidade clama por justiça diante da brutalidade que tirou a vida de uma família inteira.
