Cronologia do Desaparecimento e Morte
A Polícia Civil de Pernambuco detalhou, em coletiva nesta sexta-feira (5), os últimos momentos de Esther Isabelly Pereira, de 4 anos, encontrada morta em uma cacimba em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. Fernando Brito, 31, foi indiciado por homicídio e ocultação de cadáver. Uilma Ferreira, 33, ex-companheira de Fernando, foi indiciada por ocultação de cadáver. O crime ocorreu em 20 de outubro.
Segundo a delegada Juliana Bernat, por volta das 16h30, os irmãos de Esther pediram para ir jogar futebol no campo do bairro. Esther pediu para ir também e, após insistir, obteve permissão da mãe. Naquele momento, Fernando Brito estava na casa da família, bebendo com a mãe da menina. Pouco depois, Fernando saiu, alegando ir comprar cerveja.
Busca e Descoberta Macabra
Às 17h30, a mãe de Esther percebeu que a filha não havia retornado e foi ao campo. Os irmãos de Esther apontaram para a casa de Fernando. Por volta das 18h, a mãe, vizinhos e o próprio Fernando entraram na residência. Fabiano Lima, 27, morador de uma casa no mesmo terreno, permitiu a entrada. Testemunhas relataram que Fernando estava nu e agressivo, negando a presença da menina.
A casa estava revirada. Durante a busca, Fernando e Uilma teriam começado a se desfazer de móveis. Na manhã seguinte, o corpo de Esther foi encontrado na cacimba, de cabeça para baixo. A decomposição fez com que o corpo emergisse, revelando um dos pezinhos da criança.
Investigação e Laudos Cruciais
A investigação enfrentou dificuldades, como a lavagem do quarto onde o crime pode ter ocorrido. Laudos periciais foram fundamentais. O laudo da menina apontou traumatismo craniano como causa da morte, descartando lesão sexual. A polícia buscou por sangue na casa e encontrou vestígios no piso e em paredes do quarto de Fernando, com DNA de Esther, o que materializou a investigação.
Novas Versões e Provas Digitais
Em um novo interrogatório, Fernando mudou sua versão. Inicialmente, alegou ter ido à casa da mãe durante o período do sumiço. Depois, admitiu ter encontrado uma mulher e levado-a para sua casa para relações sexuais, o que corroborou com relatos de testemunhas que o viram nu e agressivo quando procuravam Esther.
A análise de telefonemas e mensagens revelou que, no dia seguinte à morte, Uilma enviou mensagens a Fabiano pelo WhatsApp, tentando criar uma história falsa de que Esther teria sido levada para outro bairro de ônibus. A delegada afirmou que a motivação do crime ainda não foi totalmente esclarecida, mas indicou o histórico de agressividade de Fernando, seu uso de drogas e álcool como fatores que o tornavam transtornado e agressivo.
