UFPE lança turma especial de Medicina para estudantes da reforma agrária
Iniciativa pioneira em parceria com o Incra selecionou 80 alunos de comunidades rurais e quilombolas.
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deu um passo significativo na democratização do acesso ao ensino superior com a aula inaugural da turma especial de Medicina destinada a assentados, beneficiários de crédito fundiário, acampados e quilombolas. A cerimônia ocorreu na terça-feira (2), no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru.
Um marco para a educação no campo
Fruto de uma colaboração com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), a iniciativa acolheu 80 estudantes. Desses, 59 são mulheres e 21 homens, selecionados entre mais de 1.200 candidatos de todo o país. A escolha reflete o compromisso da UFPE em interiorizar e diversificar o acesso à educação de qualidade.
Vozes que inspiram o futuro da saúde rural
O impacto da nova turma já ressoa nas comunidades de origem dos estudantes. Maria José Vieira, de Moreno (PE), expressou seu entusiasmo em poder contribuir para a melhoria dos serviços de saúde no campo. Joelson Gomes da Silva Ferreira, de Alagoa Grande (PB), destacou a importância da formação técnica com foco nas realidades rurais: “O cuidado com o próximo deve nascer com uma formação como essa. Uma formação técnica, mas preocupada com as pessoas que moram e trabalham no campo”, afirmou.
Expansão e superação de desafios
O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, anunciou que já estão em andamento tratativas com o Pronera para a criação de turmas especiais nos cursos de Odontologia e Enfermagem. Ele também ressaltou os obstáculos judiciais superados para a concretização do curso de Medicina, com decisões favoráveis no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, reafirmando o papel democrático e popular da universidade.
Compromisso federal com o conhecimento
Representando o Ministério da Educação, o secretário executivo adjunto Rodolfo Cabral celebrou o investimento federal na expansão qualificada das universidades. Ele enfatizou que o objetivo é garantir que o conhecimento sirva ao desenvolvimento e não se restrinja a poucos, alinhando-se à visão de uma universidade mais inclusiva e acessível.
A cerimônia contou com a presença de gestores da UFPE, do Incra, da Univasf e de representantes de diversas instituições ligadas ao projeto, marcando o início de uma nova era para a formação médica e o fortalecimento da saúde no meio rural brasileiro.
